domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Homem Invisível

Hoje eu vi um homem
Sentado à beira do caminho
Olhar distante e sozinho
Olhando as pessoas que somem
Em todas as direções
Com seus frios corações

Sentado a beira do caminho
Eu vi um homem sozinho
Com seus pensamentos distantes
Mas com olhar penetrante
Junto do seu cão amigo
Que parecia lhe oferecer abrigo

À beira do caminho
Sentado sozinho
Eu vi um homem invisível
Às pessoas que passavam fugindo
Às pessoas que passavam fingindo
Com seu olhar insensível

Fingindo que ele não estava lá
Fingindo que aquilo não lhe diz respeito
Fugindo, para as suas vidas tranquilas
Enquanto ele as olhava distantes
Com seu olhar penetrante
E respirar ofegante

Gritando em seu próprio pensamento
Todo aquele lamento
De se sentir invisível ao mundo
E ser chamado de vagabundo
Menos pelo cão amigo
Que lhe oferecia abrigo



Sentado à beira do caminho
Eu vi um homem vivendo sozinho
Eu vi um homem morrendo sozinho
Eu vi pessoas fugindo, invisíveis
Eu vi pessoas fingindo, insensíveis

Esse homem era um menino
E esse menino era eu.


Calixto_john




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
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(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7

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