quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Zero














Começar de novo 
Ou começar algo novo
Não se pode conseguir sem antes destruir
Tudo o que se fez de errado, sem se sentir culpado 
Durante uma vida inteira
Vivida de tal maneira

Que correr riscos
Não era só uma opção
Era do que pulsava o meu coração

Fechar uma porta
Pra que se abra outra
Passar pela escuridão da noite
E vislumbrar um amanhecer
Com o peso do açoite
E de uma vida toda por acontecer

E correr dos riscos
Era só distração 
E era o que eu temia, na escuridão.

Começar do zero
É mais do que opção
É o que eu mais quero
Paz pro coração
E é o que eu espero:
Não viver mais em vão

E correr quantos riscos puder
Viver a vida sem esperar
Nada de presente,

Muito menos você voltar.

Calixto John
16/10/2014


© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)
(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7


And Y? (Why Not)










Você me pediu pra escrever
E prometeu que, quando tivesse tempo, ia ler
Tempo é um luxo que não temos mais
Por causa das coisas que deixamos pra trás

Já falei o que precisava, 
Não se preocupe em responder
São apenas delírios de alguém que amava
Mas que já não sabe mais o que dizer

A não ser te pedir perdão
Pelo mal que ainda lhe possa causar
E para o caso de você achar, em vão
Que estou me achando o tal,

Ainda me acho porque continuo perdido
Tentando me encontrar no desvario das dores
Que eu sei que Deus não me deu sem sentido
E que não são culpa dos meus amores

Sei que você não está nem aí...
É claro que não,
Porque na verdade você está aqui
Dentro deste coração

Entre eu e o fundo do poço
No qual já estou mergulhado até o pescoço,
A única coisa que me puxava de volta à realidade 
Era o seu amor e bondade

Agora, o que me resta
É deixar doer mais um pouco
Pra me livrar de tudo o que não presta, 
Pra sair desse sufoco 

Aceitar minha nova realidade
Meu novo futuro, agora sem você
Sofrer com a dor de saber
Que a escolha foi minha, mesmo sem querer

Continuo com o seu ritual
De escolher aonde vou, antes de dormir
E mesmo que eu não possa mais decidir 
Meu mundo dos sonhos ainda é amor sem igual

O amor que a gente sente
Fica pra sempre gravado na mente
Pra poder mandar pra longe qualquer maldade,
E levar esse nosso amor conosco por toda a eternidade

Minha gratidão por você vai ser eterna, acredite
E sinto não poder fazer mais por você,
Também sou grato a Deus por ter te encontrado
E de poder ter tentado ser feliz ao seu lado

Mas não vou ficar doente assim pra sempre, esteja certa
Não nasci assim, não vou morrer assim
Sei que consigo manter a porta aberta
Mesmo que em meu coração não caiba mais ninguém, além de mim

Sei que você já não se lembra mais de mim
E nisso não há nada demais
Pois aquele de quem você não se lembra, 
Não existe mais

O amor é uma coisa interessante: 
Nada é capaz de criá-lo
E nada é capaz de matá-lo

Amar é como fazer um instante,
Virar uma eternidade ao lado
De alguém que pulsa incessante 

Dentro de um coração acostumado
A esperar o fim à todo instante
E a amar em silêncio e calado.

Calixto John
14/10/2014

© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)
(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7




domingo, 12 de outubro de 2014

Pra Onde


Não sobrou nada do meu caminho
Eu fiz tudo o que achava que devia
Fiz o que o meu coração pedia
E fiz tudo sozinho

Não guardei nada comigo,
E até mesmo o que achei que era meu
Pelo caminho se perdeu

Nas mãos do meu inimigo

Só me sobrou a poesia
Mesmo não sendo mais minha
Pra eu me apegar.

Eu tive uma vida cheia
De um vazio intransitivo
Sempre dentro de mim, pensativo
Como uma ameaça alheia

Mas eu fiz o melhor que pude
Mesmo quando não pude fazer mais nada
E quando ninguém mais me enxergava

Eu ainda estava aqui

Só me sobrou a poesia
Mesmo não sendo mais minha
Pra eu me apegar.

Caminho a passos largos
Dentro de um breu envolvente
Dentro da minha mente
Sentindo um gosto amargo

De caminhar só há muito mais tempo
Do que eu podia imaginar
Na companhia de inimigos atentos

A qualquer vacilar

Só me sobrou a poesia
Mesmo não sendo mais minha
Pra eu me apegar.

E no final, descobrir 
Que a dor não vai diminuir
Muito menos terminar

Quando não conseguir mais prosseguir
Nem mesmo desistir
Ou a esperança renovar

Só vai me sobrar a poesia
Mesmo não sendo mais minha
Pra eu me apegar.


Calixto John
12/10/2014
13:15

© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)
(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7

sábado, 11 de outubro de 2014

Num Piscar de Olhos








O amor nunca acaba
O que sempre acaba é o tempo
Que temos pra demonstrar
O que é amar

Meu tempo acabou
Bem aonde tudo começou

Tenho uma vida toda pela frente
Vazia e indiferente:
Demonstrar um amor inconsequente
Será apenas se expor entre essa gente

Que não sabe que amor nunca começa
Se não tiver onde pousar,
E que é um desperdício querer viver
Sem saber porquê amar
 
E o meu amor começou
Bem aonde o seu acabou

Sigo só, e nem mesmo comigo
Posso contar como amigo
Morreu o que era imortal
Junto do meu sentimento banal

De achar que basta amar
Pra poder recomeçar.
Num piscar de olhos
Virou o tempo,
Mudou a estação
Cegou-me a visão

Meu tempo aqui acabou
Bem aonde tudo começou.


Calixto John
10/10/2014
12:05



© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)
(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7