Você me pediu pra escrever
E prometeu que, quando tivesse tempo, ia ler
Tempo é um luxo que não temos mais
Por causa das coisas que deixamos pra trás
Já falei o que precisava,
Não se preocupe em responder
São apenas delírios de alguém que amava
Mas que já não sabe mais o que dizer
A não ser te pedir perdão
Pelo mal que ainda lhe possa causar
E para o caso de você achar, em vão
Que estou me achando o tal,
Ainda me acho porque continuo perdido
Tentando me encontrar no desvario das dores
Que eu sei que Deus não me deu sem sentido
E que não são culpa dos meus amores
Sei que você não está nem aí...
É claro que não,
Porque na verdade você está aqui
Dentro deste coração
Entre eu e o fundo do poço
No qual já estou mergulhado até o pescoço,
A única coisa que me puxava de volta à realidade
Era o seu amor e bondade
Agora, o que me resta
É deixar doer mais um pouco
Pra me livrar de tudo o que não presta,
Pra sair desse sufoco
Aceitar minha nova realidade
Meu novo futuro, agora sem você
Sofrer com a dor de saber
Que a escolha foi minha, mesmo sem querer
Continuo com o seu ritual
De escolher aonde vou, antes de dormir
E mesmo que eu não possa mais decidir
Meu mundo dos sonhos ainda é amor sem igual
O amor que a gente sente
Fica pra sempre gravado na mente
Pra poder mandar pra longe qualquer maldade,
E levar esse nosso amor conosco por toda a eternidade
Minha gratidão por você vai ser eterna, acredite
E sinto não poder fazer mais por você,
Também sou grato a Deus por ter te encontrado
E de poder ter tentado ser feliz ao seu lado
Mas não vou ficar doente assim pra sempre, esteja certa
Não nasci assim, não vou morrer assim
Sei que consigo manter a porta aberta
Mesmo que em meu coração não caiba mais ninguém, além de mim
Sei que você já não se lembra mais de mim
E nisso não há nada demais
Pois aquele de quem você não se lembra,
Não existe mais
O amor é uma coisa interessante:
Nada é capaz de criá-lo
E nada é capaz de matá-lo
Amar é como fazer um instante,
Virar uma eternidade ao lado
De alguém que pulsa incessante
Dentro de um coração acostumado
A esperar o fim à todo instante
E a amar em silêncio e calado.
Calixto John
14/10/2014
© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
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