Confuso

Como posso pagar

Por todo mal que recebo

Com todo o meu amor

Se minha dor não tem preço?

Eu sou só um troféu na sua estante,

Uma medalha na gaveta,

E a minha vida toda, nesse instante

Virou uma piada interessante

Dizem que amizade é confiança,

Confiança é amor,

Amor é coisa de criança

Que quando cresce, conhece só a dor.

Desliguei meu telefone agora a pouco

E um pedaço das minhas lembranças

Apagou de vez a esperança

De eu não ficar louco

Sei que não te perdi

Porque não posso perder

Aquilo que nunca possuí

E que nunca foi nosso

Nem mesmo perder mais eu posso...

Eu deixo a lágrima cair

Pra não cair junto com ela,

Pra tentar não desistir

E manter a lembrança mais bela

De ser pra você o que eu nunca consegui.

Calixto John

23/9/2013

© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo

Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente 

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)

(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915

FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7

A Procura

Seus olhos sorriem mesmo na tristeza
E é isso o que mais mostra a sua beleza
O sorriso tem apenas um significado:
"Estarei sempre do teu lado"

Eu sei que não sou como os sábios,
Mas o afago de suas mãos irradia calor
E o silêncio nos seus lábios
É a mais bonita canção de amor...

É discreta a sua presença entre a multidão,
Mas sua luz não.
Ela não estava à procura
De alguém com a minha loucura,

Mas sabe sim
Tudo o que pode fazer por mim,
E sabe quem realmente sou eu
Então, ela me escolheu
Pra ser apenas seu
E a procura chegar ao fim.

Por toda uma vida
Serei seu ponto final
E o de partida.

Sem dúvidas descabidas,
Você é meu ponto final
E o de partida.

Se o amor existe de verdade,
Não são seus cabelos claros
Cobrindo a minha vaidade
Nem meus desejos mais bárbaros,
Mas sim as promessas que ela me deu
De eu me tornar apenas seu.

Sentada à beira da praia
O vento dobra a canção mais linda
De um amor pra toda vida
Que agora posso dizer que é meu,
E não é apenas isso que posso
Dizer com toda a paz que você me deu,
Mas também agora, grito como nosso
Todo meu amor que não se perdeu

Por toda uma vida

Serei seu ponto final
E o de partida.

Sem dúvidas descabidas,
Você é meu ponto final
E o de partida.


Calixto_john

15/9/2013
4:48

© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo

Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente

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O Mundo Do Espelho

Ela queria um espelho

Pra aprender a dançar,

Mas quem dançou, fui eu

Querendo deixar passar

Tanto amor pra se amar

Ela queria um espelho

Mais do que meu conselho

Talvez, pra melhor enxergar

Depois de atravessar

Para o outro lado da moldura

Do espelho que, a essa altura

Passou a não refletir

Pois eu deixei de existir

No mundo do espelho

Eu vou poder enxergar melhor,

Vou poder cair de joelho

Pra servir ao meu Senhor

Abrir seus olhos,

Fechar meu julgo,

Voltar pra mim mesmo,

E mostrar pra você

Aquilo que, mesmo diante do espelho

Você nunca vê.

Calixto John

13/9/2013

© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo

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Poesia

A poesia se ligou a mim 

Quase como uma doença crônica:

Não me cura

Nem me mata;

Não me alivia da loucura

Nem da minha vida chata

Apenas está aqui comigo

Me lembrando o tempo inteiro

Que sou meu único amigo

Que parece ser verdadeiro.

A poesia se ligou a mim

Quase como uma mania ruim:

Não acordo mais pra vida

Nem pra tudo o que tem me acontecido 

Não durmo mais na batida

Do meu coração partido 

A poesia se ligou a mim

Quase como uma notícia ruim:

Não vai mais

Me deixar em paz,

Nem me deixar viver em vão,

E nem fechar meu coração.

Apenas está aqui comigo

Me lembrando o tempo inteiro:

Que o meu único inimigo

É o meu amor verdadeiro.

Calixto John

8/9/2013

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Porta Aberta

A solidão me faz companhia

Me ajuda a ser o que sou.

Não quero mais ser poeta

Cansei de deixar a porta aberta

Olhei para rua agora há pouco

Vi você vindo longe, andando,

Mas não era você voltando

Era apenas eu ficando louco

Mesmo assim

Deixei a porta aberta

Pra ver se você acerta

E volta pra perto de mim

Troco os dias pelas noites escuras

Pra, no escuro, não me enxergar

Mergulhado em tamanha loucura

Que se tornou amar

Não olho mais pela janela

Nem pelo espelho,

Nem pela tela...

Como dói meu joelho!

Como dói minha consciência,

Como dói minha dor

Desde a minha adolescência

Desde que perdi todo meu amor

Não quero mais ser poeta,

Nem a companhia da solidão e da dor,

Vou tentar deixar a porta aberta

Pra ter de voltar seu amor.

Deixei a porta aberta

Pra ver se você acerta

E volta pra perto de mim

Antes do fim.

Calixto John

8/9/2013

© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo

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As Sombras na Praia

Por mais que eu olhe pra sua foto

E insista em querer acreditar,

Nada mais me faz ver melhor a verdade

Falsa e cinzenta de que não sei amar.

Eu sei que você ainda está aí

Por detrás da armadura

Que criou para que sua vida

Não pareça tão dura.

Continuar minha vida sem você

Parece ser como ter de aceitar

Que há uma sentença de morte pra mim

Que nunca chega ao seu fim,

Que nunca vai se executar.

Não espero mais pelo amanhã

Pois a noite parece ser

Mais longa do que o normal

Maior que meu sentimento banal,

Menor do que possamos compreender.

Eu sei que você, por não existir mais

Não vai voltar atrás,

Nem vai voltar pra mim

Por me amar demais

Ou por não querer me ver assim...

Ontem, andei sozinho pela areia

Pela última vez,

E mesmo que você não creia

Em tudo que, por mim, você fez,

Ainda converso com sereias,

Em pleno estado de lucidez...

E quando olho para o mar escuro

E lua a me consolar,

Fecho os olhos e vejo que me curo

De todo o mal que poderia querer ti causar.

Não somos, apenas estamos,

Tudo muda, e eu tenho certeza

Que não existe maior esperteza

Do que aceitar o que não esperamos

De viver apenas o dia de hoje

E não o passado ou o futuro

Que sorrateiro, sempre me foge,

E que me mantém no escuro.

O que eu sinto por você

Talvez um dia possa morrer

Mas o mais importante que pude ver

É que, assim como você,

Eu também nunca vou me esquecer.

Calixto John

24/8/2013

© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo

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