quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Estrada

Hoje amanheci
Com a estranha sensação
De que não sou daqui,
De que errei a estação,
Ou peguei o trem errado,
De ter perdido minha bagagem
Junto com minha coragem
E com todo o meu passado.

Telefono, ninguém responde,
Tentei gritar,
Mas não dá pra escutar
Se é a minha voz
Ou se algum de nós
Consegue entender o que está havendo,
Consegue entender o que está vendo.

Corro de volta pela linha do trem
Tentando voltar no tempo
E nesse vai e vem
Do meu pensamento,
Não vejo mais ninguém
E mergulho no tormento
De achar que tudo vai mudar
E que eu vou melhorar.

Entre uma linha e outra
Que escrevo nas minhas lembranças
Faço o café da manhã,
Corro como as crianças
Disfarço meu desespero,
Junto com a esperança
De que ainda espero

Um destino certo
De que não vou ter mais
Ninguém por perto
Pra culpar dos meus erros e acertos
E pra finalmente perceber
Que não se pode morrer
Sem ao menos tentar
Recomeçar.

Calixto John
2/4/2015
7:28




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)

(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A Última Canção


Estou aqui
Acordando em todas as manhãs
Esperando o momento certo
Pra tentar continuar
Mesmo não te tendo mais por perto

Tentando encontrar meu caminho
Com medo de ficar sozinho
Respirando uma estranha lembrança
De quando a gente era criança

O mesmo medo de alguém que duvida
Que amar é uma coisa boa
E que pode durar por toda uma vida
Não importa pra qual pessoa

Quero voltar
Mas não sei pra onde ir
Só não quero mais ficar
Sozinho aqui

Quero te ter novamente
Sem precisar me preocupar
Em como agir ou pensar
Nem ser inconsequente

Ser apenas seu
Totalmente transigente
Ser completamente
Mais do que apenas eu.

Senti uma brisa de esperança
Tocar-me o rosto de criança
Com a mesma suavidade
Das suas mãos sem qualquer maldade

Do amor inocente
Que existia entre a gente
Mas que ninguém via
E que a gente nem sabia

Que um dia ia acabar
Logo depois de você me deixar
E a minha vida seguir assim
Sem sentido, sem sentir

Que você era tudo o que eu queria
Sem eu nem mesmo saber
Que você era o melhor que eu poderia ter
Até o fim dos meus dias.

A minha próxima canção
Certamente será sua,
Certamente será incerta,
Certamente será a última.


Calixto John
1/4/2015
18:51




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
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