domingo, 24 de fevereiro de 2013

Perdendo o Juízo

Tudo começou aos 16
E terminou aos 43
Não tenho mais
Meus pontos cardeais

Fui meu próprio juiz

Arrancando o mal pela raiz
Agora, cúmplice de mim mesmo,
Não vivo mais a esmo

Perdi o senso de direção, eu sei
E pareço ter perdido
Todo o meu juízo
Depois que te encontrei

Mas agora eu sei

Que o que eu tinha mesmo perdido
Era uma vida toda contigo
Por todas as vezes que errei

A dor que sempre tenho sentido

Desde quando eu era eu
Parece ter se perdido
Num último adeus

Agora que te encontrei

Parece que perdi o juízo
Mas ao mesmo tempo, me traquilizo
Porque, agora, eu sei

Que encontrei meu caminho

Longe de toda a dor
Que tenho sofrido sozinho
Longe do meu amor


Calixto_john

24/2/2013




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)
(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Considerações sobre o meu Livro "Pensamento", por Marli Peixoto, pedagoga.


Capa do Livro Pensamento, Ed. Ateniense, SP, 1997


O livro "Pensamento" surgiu a partir de uma seleção de todos os meus manuscritos (de poesia) desde o meu primeiro texto em 1.985 até dezembro de 1990. São apenas 25 poesias selecionadas de uma quantidade bem maior.

São textos ingênuos e despretensiosos, pois não tinha ideia de que aquilo tudo se tornaria a minha própria vida, transferida para o papel.

Estão em ordem cronológica (mas isso não foi proposital!), por isso remetem o leitor à essência do meu íntimo de adolescente e denuncia meu amadurecimento amargo e sem amigos, sempre "Preso no Meu Quarto" ou com "Insegurança", como qualquer outro ser humano descobrindo o mundo ao redor e se "redescobrindo".



















Várias daquelas poesias se tornaram músicas, mas nunca divulguei. Uma vez ou outra, esboçava meus textos com um violão à mão (e a garganta em fúria) para alguns amigos, mas sem resultado. Nada haver uma coisa com a outra, meu estilo Punk Rock com poesias como "Coisas de Você", "Cintilar" e "O Sentido da Vida"... Talvez por isso tenha deixado essa parte das minhas paixões (a música) de lado, justamente por não conseguir ver ligação entre as duas áreas da minha vida... Mas foi por pouco tempo...

A 2a. edição do meu livro, pretendo produzir em capa dura e totalmente ilustrada, com fotos de minha autoria. Não tenho ainda data prevista para o lançamento, mas sei de duas coisas: Será em 3 idiomas e será simultânea com o lançamento do meu 2o. livro chamado "Frases de Impacto".

Deste meu novo livro, faz algum tempo que mantenho um post neste blog com seus esboços, leia à vontade: 
http://calixtojohn.blogspot.jp/2011/08/frases-de-impacto.html

Ainda sobre o livro "Pensamento", tive a felicidade de reencontrar pela internet, minha professora da primeira série primária, a pedagoga Marli Peixoto, pessoa que me instruiu naquilo que chamo de "o começo da minha vida literária", ou seja, logo depois de alfabetizado. Foi com imensa emoção que envie-lhe uma cópia do "Pensamento" pelo correio, de presente, como prova de que ela realizou um ótimo trabalho comigo, ainda na minha infância! Mas presente maior mesmo foi receber em troca um e-mail tão carinhoso, elogiando-me como amiga e construtivamente criticando e opinando sobre meu livro, mensagem essa que transcrevo agora, aqui mesmo neste post, para compartilhar com todos vocês!





Prof. Marli Peixoto, com o marido e o neto
"Caro João (ou devo dizer Joãozinho?), 

Ao receber finalmente seu livro e lê-lo, senti que desvendava aos poucos o amadurecimento do menino que conheci e a quem tive o prazer de ajudar a dar os primeiros passos nesse caminho belo e tortuoso da comunicação escrita, que você seguiu.

Atrevo-me, como me pediu, não a fazer uma avaliação "professoral", mesmo porque não me considero capaz de julgar um trabalho literário, principalmente como o seu, tão carregado de vivência pessoal, mas apenas a tecer algumas considerações sobre ele.


Encarte do livro Pensamento, capa

O encarte histórico que acompanha o livro já é um instrumento valioso para o seu entendimento e maior conhecimento da alma de poeta do autor.

A alusão à capa, por exemplo, chama a atenção para significados que de outra forma poderiam passar despercebidos. Cheguei a senti-lo retratado nessa foto e lembrei-me de poemas de Vicente de Carvalho, o "poeta do mar", que assim se identifica com ele nesses versos:


"Condenado e insubmisso como tu mesmo,

Eu sou como tu mesmo

Uma alma sobre a qual o céu resplende

Longínquo céu de um esplendor distante

Debalde, ó mar que em ondas te arrepelas,

Meu tumultuoso coração revolto

Levanta para o céu como borrifos,

Toda poeira de ouro dos meus sonhos."



Senti nos seus poemas esse mesmo desejo de superação, de alçar altos voos, mas por outro lado, sentindo-se preso à realidade. Quem enfrenta a vida com a sensibilidade que você demonstra, vive com mais intensidade, tanto os bons como os maus momentos.

Foi muito interessante, ainda, chamar a atenção para a ordem cronológica dos poemas, que chegam quase a construir uma autobiografia.





"O Amor", por exemplo, resume num verso uma das fases que você mesmo descreve na introdução: "Fazendo do nada, o tudo, e do tudo, o amor".

A partir de "Insegurança", ironicamente, sinto que começa uma fase de maior maturidade literária, notando-se uma evolução na expressão do pensamento, tanto no conteúdo quanto na forma dos poemas.

O sentimento de quem se coloca na posição de mero observador do mundo se revela muito bem na primeira estrofe de "Walkie-Talkie":


"Alheio a tudo

Que se encontra ao meu redor

É como eu vivo.

Sonho acordado,

Como se estivesse assistindo à TV,

Assistindo a um programa

Sobre a minha vida". 


Ou de angústia, em "Pensamento":

"Sou dono de um mundo

Onde só eu existo.
......................................................

Sonho acordado a doença de estar vivo,

Acordo, sonhando com a cura que não consigo ter,

Durmo, sentindo um alívio relativo,

Pois durmo com o medo de acordar e voltar a viver
......................................................

Sou dono de um mundo que não posso deixar,

E de um mundo onde ninguém pode entrar".


Já em "O sentido da vida" vejo revelar-se o questionamento diante do eterno desconhecido e de como explicá-lo: 


"Eu não sei o que pensar,

Se vale a pena esperar

Pra ver o que vai acontecer

Depois que a cortina descer

......................................................

E o show acabar.

.......................................................


A incerteza

É a grande explicação

........................................................

Eu só não posso acreditar

Que não exista solução.

......................................................... 

Você não está aqui por estar..." 


Antecapa do livro Pensamento, 
Ed. Ateniense, SP, 1997
"O que sinto", poema final, resume a evolução de seu pensamento diante da perplexidade do existir. Chegando a esse ponto do caminho, creio que "A plenitude.... a plena atitude", não estão assim tão distantes de você.


Parabéns, obrigada pelo presente e continue na busca de si mesmo e do sentido da vida.

Enquanto isso, seus leitores continuarão a ser presenteados pela sua inspiração.


P.S.: – Fiquei curiosa e gostaria de ler, talvez no seu blog, "O mundo do espelho", poema que, segundo você, foi excluído do livro. A metáfora da vida vista através do espelho em Alice no país das maravilhas, sempre me encantou. E ainda, se não for pedir muito, gostaria de ser das primeiras a conhecer "O Anjo Mestiço".



Um grande abraço,


Marli Peixoto
26/01/2010.





© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um Dia a Mais (Ou a Menos?)


Hoje, foi um dia a menos
Não abracei ninguém,
Não briguei com ninguém,
Não me tornei inimigo de ninguém, nem um novo amigo também

Não li nenhum livro novo
Nem caminhei sozinho no meio do povo
Não vi o nascer nem o pôr do Sol
Não vi ninguém nascer, nem morrer

Não cantei minha canção preferida
Não curei nenhuma ferida
Não ouvi minha música mais querida
Nem cantei a mais pedida

Não liguei pra pessoa de quem morro de saudade
Nem atendi o telefone por toda a tarde
Não tive nenhuma ideia brilhante
Mas, no último instante

Eu corri pro papel,
Escrevi esta canção
Que me mostrou como sou cruel
E que eu sou apenas o João.

Amanhã, vai ser mais um dia
Tem de ser mais um
E não "menos um"
Vou colocar coragem onde só havia covardia

Abraçar meus amigos
Brigar só com aqueles que considero muito
Deixar de lado os inimigos
E do meu lado, os amigos

Ler meu livro de novo
Caminhar sozinho no meio do povo
Esperar o Sol chegar de manhã
Sorrir para crianças no berço (e pros que se foram rezar um terço)

Cantar até perder a voz totalmente
Curar as feridas antigas e presentes
Ouvir mais as coisas novas com mais gosto
Cantar mais ao lembrar do seu rosto

Passar o dia inteiro ao telefone com quem quero bem
E a noite toda também
Deixar as ideias saírem da cabeça
E passar pro papel antes que eu me esqueça

E depois que passar pro papel
Trazer de volta pra cabeça,
Porque, antes que eu me esqueça
Eu não sou só o João

Eu tenho amor no coração.


Calixto_john
7/2/2013
Japão 




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
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domingo, 3 de fevereiro de 2013

Me Deixa em Paz!


Vai, vai lá!
Mostra como é que eu não devo fazer


Pra ser igual a você
Que é diferente de todo mundo

Vai, vai logo!
Pára de me encher
Com seu discurso decorado


Onde você sempre vai me dizer
Que minha melhor saída
É entrar na sua vida
Trancando a liberdade
E libertando a sua vaidade

Vai! Vai logo!
Mas me deixa em paz!
Eu não aguento mais

O seu discurso sem rumo
Me dizendo pra onde ir...

Vai! Vai logo!
Mas não me faça ver
Eu não consigo entender

Esse discurso sem rumo
Me dando um curso
Que vai fazer eu me perder!

Vai! Vai logo!
Mas me deixa em paz!
Eu não aguento mais

Esse discurso sem rumo
Me dizendo pra onde ir...



Calixto_john
31/1/2013
17:02


(-"Me Deixa em Paz" virou música 10 minutos depois de ser escrita.)




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