domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Homem Invisível

Hoje eu vi um homem
Sentado à beira do caminho
Olhar distante e sozinho
Olhando as pessoas que somem
Em todas as direções
Com seus frios corações

Sentado a beira do caminho
Eu vi um homem sozinho
Com seus pensamentos distantes
Mas com olhar penetrante
Junto do seu cão amigo
Que parecia lhe oferecer abrigo

À beira do caminho
Sentado sozinho
Eu vi um homem invisível
Às pessoas que passavam fugindo
Às pessoas que passavam fingindo
Com seu olhar insensível

Fingindo que ele não estava lá
Fingindo que aquilo não lhe diz respeito
Fugindo, para as suas vidas tranquilas
Enquanto ele as olhava distantes
Com seu olhar penetrante
E respirar ofegante

Gritando em seu próprio pensamento
Todo aquele lamento
De se sentir invisível ao mundo
E ser chamado de vagabundo
Menos pelo cão amigo
Que lhe oferecia abrigo



Sentado à beira do caminho
Eu vi um homem vivendo sozinho
Eu vi um homem morrendo sozinho
Eu vi pessoas fugindo, invisíveis
Eu vi pessoas fingindo, insensíveis

Esse homem era um menino
E esse menino era eu.


Calixto_john




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)
(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7

Março


Aqui,
O futuro chega horas primeiro,
E o som da primavera
Some por inteiro
Pois aí, em fevereiro
Você espera o meu setembro,
Espera o medo do frio voltar,
E eu, espero você ficar.

Aí,
Doze horas no passado
Ainda me sinto ao seu lado,
Na beleza daquela realidade
Em que tudo o que eu acreditava ser verdade
Era o que a gente sentia
E o futuro com que a gente sonhava
Era pura poesia

Agora,
Lembrar de outrora não é mais preciso,
O seu futuro é aqui comigo
Onde mesmo que eu espere a hora passar
Sei que você não vai chegar
Sei que pra ti ter aqui no presente
Vou ter que voltar pro passado
Em que ti deixei

Quando a primavera chegar aqui,
Vou pedir pra ela ir embora
Vou buscar você no passado
Pra você se tornar meu presente mais bonito
Real, presente, infinito
Num presente, infinitivo

Eu vou buscar, num passado sombrio
Tudo o que eu deixei pra trás

Tudo o que não me importa mais...

(Calixto_john)



© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
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(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7
 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Todos os Dias

Todos os dias eu rio um pouco
Mas choro pra não perder a prática
 
Todos os dias, conquisto um amigo novo
Mas não me esqueço daqueles que perdi
 
Todos os dias, uso um pouco a mão esquerda
Pra tentar melhorar o que a direita não faz
 
Todos os dias eu leio um livro novo
Pois a minha vida recomeça e termina, dia-a-dia
 
Todos os dias eu faço a lição de casa
Pra não ter que ir pra escola no dia seguinte
 
Todos os dias eu mato um dragão
Pra ver se liberto a fera que tenho aqui dentro
 
Todos os dias, antes de dormir (e depois de acordar)
Eu escuto Legião
 
Todos os dias eu procuro me lembrar
Que preciso esquecer de todo o mal que ainda me fazem
 
Todos os dias são noites
Quando você não sabe de onde vem, nem pra onde está indo
 
Todos os dias são páginas em branco
E seus atos, lápis e borracha
 
Todos os dias são páginas escritas
Mas não use caneta, nem se esqueça de assinar
 
Todos os dias, ao acordar
Não se esqueça de lembrar 
Que o seu maior fã é você!

(Calixto_john)






© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
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