quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Santos-Dumont, o Gênio voador


“Criei um aparelho para unir a humanidade, não para destruí-la.”
Alberto Santos-Dumont (1.873 - 1.932)
Não se assustem. É mesmo a foto de Alberto Santos-Dumont, o nosso herói, "inventor" do avião aqui no início desta matéria.
Fiz questão de colocar esta foto aqui (e não aquela famosa foto com o chapéu branco) porque, daqui pra frente, quero tentar mostrar algo o mais próximo possível do que realmente aconteceu nos bastidores da história que envolve esta vitória de toda a raça humana: a invenção do avião e o sonho de voar. A foto acima foi tirada durante um discurso de Dumont no momento em que retornou em definitivo ao Brasil, um Brasil em clima de “guerra civil” em conseqüência das discordâncias causadas pela ditadura imposta pelo governo de Getúlio Vargas de 1937 a 1.945,conhecido como Estado Novo e as represálias às lideranças políticas do Estado de São Paulo.
As linhas seguintes podem nos dar uma idéia melhor de como foi o clima encontrado por Santos-Dumont e o que teria lhe ferido a consciência ao regressar ao seu país tão amado.
Revolução Constitucionalista de 1932 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
“A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista, foi o movimento armado ocorrido no Brasil entre os meses de julho e outubro de 1.932, onde o estado de São Paulo visava a derrubada do governo provisório de Getúlio Vargas e o retorno à Constituição de 1.891. Foi uma resposta paulista à Revolução de 1.930, onde o Estado criado com a Constituição de 1.891, no qual cada unidade gozava de autonomia, desapareceu.
Atualmente, o dia 9 de Julho, que marca o início da Revolução de 1932, é a data cívica mais importante do estado de São Paulo e é feriado estadual. Os paulistas consideram a Revolução de 1932 como o maior movimento cívico de sua história.
Foi a primeira grande revolta contra o governo de Getúlio Vargas e o último grande conflito armado ocorrido no Brasil.

No total, foram 85 dias de combates, (de 9 de julho a 2 de outubro de 1932), com um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas, não oficiais, reportem até 2.200 mortos, sendo que inúmeras cidades do interior do estado de São Paulo sofreram danos devido aos combates e bombardeios aéreos.

Quando se inicia o levante, uma multidão sai às ruas em apoio. Tropas paulistas são enviadas para os fronts em todo o Estado. Mas as tropas federais são mais numerosas e bem equipadas. Aviões são usados para bombardear cidades do interior paulista. 40 mil homens de São Paulo enfrentam um contingente de 100 mil soldados.”


Ao tomar conhecimento de uma "guerra entre brasileiros com bombardeios aéreos", através do noticiário da época, certamente que uma pessoa como Dumont, que dedicou uma vida toda a divulgar e projetar seu país internacionalmente, sofreria o peso da consciência lhe cobrando a autoria d'aquela situação. Ele ja estava cansado, debilitado pela esclerose múltipla que se instalara e tremendamente magoado e aflito com os rumos que tomava a evolução da aviação mundial. Viu, com os próprios olhos, brasileiros matando brasileiros, e ainda, o governo ditador de Getúlio Vargas utilizando aviões para bombardear cidades interioranas, como vimos no parágrafo anterior.

Com esta afirmação “Criei um aparelho para unir a humanidade, não para destruí-la”, Dumont provou, mais uma vez, que o seu feeling de futuro era mais aguçado do que se poderia conceber e que vivia realmente muito a frente de seu tempo: ele nos permitiu realizarmos o sonho de voar, mas também antecipou todas as conseqüências que o seu aparelho, se mal-empregado, traria a toda a humanidade. No entanto, nunca foi ouvido, culminando numa depressão profunda (agravada por uma doença misteriosa, mas que hoje seria facilmente diagnosticada, a esclerose múltipla), que lhe custaria o fim de sua existência: aquele que dedicara uma vida inteira à favor da modernização mundial dos transportes, acabaria perdendo-a num suicídio. Santos Dumont superou inúmeros obstáculos em vida, mas não superou a si mesmo. Muito se especulou sobre sua vida, seus feitos, e acreditem, até sobre a sua sexualidade, onde chegou-se a afirmar que Dumont fosse homossexual, face seus costumes refinados fortemente influenciados pela cultura francesa e as poucas aparições com namoradas ou mulheres em festas ou eventos sociais. Pura especulação. Inconcebível a persistência dos seus opositores em tentar mistificar um trabalho tão nobre, levando-se em conta que, na verdade, Santos-Dumont tornou-se memorável muito mais pela sua nobreza de caráter e gestos caridosos do que pelo que contribuiu ao planeta com suas várias invenções. Sim, várias, pois por toda a sua vida, aplicou seu gênio inventivo em soluções inovadoras, como que por arte, pincelasse suas invenções com soluções ainda desconhecidas pela tecnologia da época, desde a casa que morou (que dispunha de um "sistema de aquecimento de água suspenso", o seu preferir, chuveiro!) ao angar que construiu na França (o primeiro do mundo), com portas suspensas por roldanas, que poderiam ser abertas até por uma criança, sem falar na histórica reinvenção do relógio, fixo ao pulso, numa mistura de genialidade e elegância do inventor, pois até hoje, o relógio ao pulso é um costume mundial que vai além da praticidade, tornando-se peça quase obrigatória do vestuário masculino. Este trecho de meu blog é uma homenagem à quem eu carinhosamente chamo de "primeiro super-herói brasileiro", Alberto Santos-Dumont, Patrono da Força Aérea Brasileira, pai da aviação, ser humano notável em todos os aspectos de sua vida. Farei uma série de postagens relacionadas à sua vida e seus feitos num outro blog meu, com o mesmo título desta matéria:
"Santos-Dumont, o gênio voador", em:
Até lá!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Venha Aqui me Fazer Feliz

Acabou. 
Junto ao verão deste ano sombrio 
Que acabou por começar a me dar calafrio 
O nosso amor que nunca existiu. 
Terminou antes de começar o frio. 


Acabou. 
Veio aqui me fazer feliz, 
Mas aqui me fez infeliz, 
Porque não veio aqui me fazer feliz, 
Porque não creio no que você me diz. 


Acabou. 
Mas como poderei aqui me acabar 
Depois que aqui me acabar 
Com o que não chegou nem a começar 
E se começou, por que terminar? 


Acabou. 
Eu sei que acabou de acabar 
Ou acabou de começar 
Ou começou a terminar 
O que você veio aqui me fazer sentir? 


Veio aqui me fazer feliz: 
Mas aqui me fez infeliz.
Veio aqui, mas aqui nunca esteve... 
Venha aqui me fazer feliz. 


Se vier me fazer feliz, 
Venha aqui, mas inteira, 


Venha aqui me fazer feliz. 


 (Calixto_john, 12/10/2008) 


 (se você leitor não quiser comentar essa matéria aqui em meu blog, pode enviar suas críticas pro meu e-mail: calixto_john@hotmail.com)

domingo, 12 de outubro de 2008

"O Amor Ainda Não Existe."



Comecei este blog hoje, domingo, 12 de Outubro, às 2:29 da manhã, e numa infeliz coincidência com o dia das crianças do Brasil, descobri meu coração ainda infantil e imaturo, não reconhecendo e até negando o amor: "O Amor Ainda Não Existe."

Vamos deixar uma coisa bem clara, não estou falando de paixões nem de sentimentos unilaterais, pois pelo que me consta, o amor é pra ser sentido, compartilhado e recebido, e se falta uma das três,deixa de ser amor e passa a ser um sentimento isolado e infrutífero, muitas vezes até pernicioso.

Pode parecer estranho à todos ouvir isso de um poeta como eu, mas quando Frejat e Cazuza cantaram "eu sou um poeta e não aprendi a amar", ninguém estranhou, muito pelo contrário, os fã-clubes bradam de cor e salteado até hoje esta música, que tem a cara da juventude abandonada do Brasil, "Malandragem".


Pois é... mas não demorou muito pra aparecer alguém pra tentar lucrar alguma coisa, tentar aí uns 5 minutos de fama, protestando em cima da figura do Cazuza. 

Não vou agora desviar a sua atenção do que eu realmente quero falar aqui nesta postagem, mas esse episódio serve pra mostrar pra todos vocês, ao final, porque eu acredito que "O Amor Ainda Não Existe."


Circula pela net um mail com o desabafo de uma psicóloga não sei d'aonde, dando um depoimento agressivo sobre uma idolatria que a juventude estaria fazendo a Cazuza, numa total inversão de valores e princípios, usando com referência uma filme que foi feito em homenagem a Cazuza e sua vida. 


Entre outras coisas, ela alega que Cazuza "até fez letras boas, mas que era um traficante e filhinho de papai", e que só conseguira gravar porque seu pai era diretor de uma grande gravadora. 

Pois bem, agora reflitam comigo: de um lado, um dos maiores poetas da história do rock brasileiro, que como todos, também cometeu erros dos mais diversos em sua vida, do outro, a psicóloga enfurecida, negando a maioria dos princípios da caridade cristã, como amor, perdão, tolerância e compaixão, mas também, por sua vez, coberta de razão nas suas afirmações, principalmente numa parte do seu texto, que que ela cita mais ou menos assim: 

"...se Cazuza tivesse recebido um 'não' dos pais na hora certa, a história teria sido outra, talvez ele ainda estivesse aqui, vivo, entre nós..." 

Realmente, minha amiga psicóloga, agora, ele é só mais um "herói que morreu de overdose" e os nossos inimigos "continuam no poder", lucrando com a venda de todo o seu trabalho, que foi, um dia, sua própria vida...

Cazuza acabou sendo vítima das suas próprias paixões insólitas e desvarios, assim como vem acontecendo com a maioria dos seus fãs, que acabou por desenvolver valores, ao meu ver, falsos com relação ao que a gente acredita ser amor. Amou e falou tanto de amor, mas não amou a si mesmo.

Quem estaria certo nessa polêmica? A psicóloga? Os fãs de Cazuza? Cazuza está morto, ficaram a sua música e poesia sim, mas também os seus exemplos de vida, infelizmente na maioria sórdidos, ou então, tudo aquilo que queiramos que Cazuza seja: o nosso "amor" aos nossos ídolos é tão ridículo que nós os transformamos em "catálogos", onde podemos escolher o que queremos deles de acordo com a ocasião. 

"-Eu não sou gay, gente, mas eu vou cantar agora 'Pais e Filhos' do Renato..." Eu amo a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a mim mesmo e 'eu gosto de meninos e meninas'..."

Entendem? 
O que é o amor? 
Como podemos definir num único substantivo um sentimento tão complexo como o amor, que engloba uma infinidade de outros sentimentos em seu teor? Amor? Você tem certeza de que é capaz de sentir amor por alguém, na sua plenitude?

Nem mesmo temos palavras suficientes na língua portuguesa para definir-mos de fato o que é amor! (E Deus é amor, nunca se esqueçam disso...)

Vamos tentar enumerar aqui alguns dos "sub-sentimentos" que acreditamos ser necessários pra se sentir um amor verdadeiro: 

-Renúncia 
-Abnegação 
-Altruísmo (colocar o interesse alheio acima do nosso) 
-Perdão 
-Compaixão 
-Solidariedade 
-Devotamento, e enfim 
-Carinho... 

Seria o amor "apenas"" a combinação de todos esses sentimentos? Claro que não! 

O verdadeiro amor é ainda muito mais do que isso tudo, talvez até, utopia que as línguas da terra não sejam suficientes para se descrever... Quero aproveitar este trecho aqui pra dizer que deixo aberto meu blog à toda e qualquer postagem de quem queira se manifestar contra ou à favor das minhas idéias, permitindo aqui uma verdadeira democracia: fale o que quiser, mas tenha cuidado com as palavras e respeite os limites dos outros ao criticar, do contrário, você estará "passando o recibo" de que, seja lá o que for o amor pra você, você não sabe amar, ou seja, de que "O Amor Ainda Não Existe."

Comecei este post ontem às 2:29 da manhã de um domingo, 12 de Outubro. O que aconteceu comigo, ontem, nada de novo acrescenta à minha vida, apenas mais uma faceta (nossa, de tão ruim que foi isso pra mim, faceta parece até um palavrão!), onde descobri mais uma vez que "O Amor Ainda Não Existe." 

Mas não se animem, não pretendo contar o que houve, desculpem-me... Basta saber que cada vez que tento amar, me decepciono mais e mais comigo mesmo.

Se eu acredito em amor?! Absolutamente sim, do contrário, negaria o amor de Cristo e de Deus à nós mesmos, e eu não seria partidário de uma bobagem dessas; Cristo e seus exemplos sempre foram o meu ponto de partida pra tudo (bom, pelo menos eu tento...), mas daí a acreditar que qualquer paixão arrebatadora e vulgar possa ser classificada de amor só porque foi forte ou marcante?! Jesus... é reduzir o sentimento do Criador a uma paixão terrena, coisa que, ao meu ver, está longe de acontecer.

Não, não, meus caros leitores, isso aqui não foi mais um conto meu, e sim, como enxergo a realidade das nossas vidas, o amor "AINDA" não existe pelo simples fato de ainda não estarmos preparados para amar, nada mais do que isso. Basta olhar a tudo o que acontece ao redor do mundo, o tempo todo... 


Luís de Camões (poeta português, 1524~1580) cultivava o "ideal Platônico" (de autoria de Platão, filósofo), onde as características do amor precisariam ser distinguidas quanto à sua grafia:

"-Amor (com inicial maiúscula): superior, pe
rfeito, divino;



-amor (com inicial  minúscula): físico, humano e superficial: a constante tensão e conflitos entre esses dois pólos gera toda a angústia e insatisfação da alma humana."


Essa, acho que seria uma boa lição para assimilarmos e entendermos a natureza e gavidade do problema, e sempre trabalharmos por mudar isso.

Precisamos todos fazer um intensivão nessa nossa faculdade da vida, de preferência com doutorado e mestrado... em amor, claro.




   Calixto_john




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
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