domingo, 8 de setembro de 2013

As Sombras na Praia

Por mais que eu olhe pra sua foto
E insista em querer acreditar,
Nada mais me faz ver melhor a verdade
Falsa e cinzenta de que não sei amar.

Eu sei que você ainda está aí
Por detrás da armadura
Que criou para que sua vida
Não pareça tão dura.

Continuar minha vida sem você
Parece ser como ter de aceitar
Que há uma sentença de morte pra mim
Que nunca chega ao seu fim,
Que nunca vai se executar.

Não espero mais pelo amanhã
Pois a noite parece ser
Mais longa do que o normal
Maior que meu sentimento banal,
Menor do que possamos compreender.

Eu sei que você, por não existir mais
Não vai voltar atrás,
Nem vai voltar pra mim
Por me amar demais
Ou por não querer me ver assim...

Ontem, andei sozinho pela areia
Pela última vez,
E mesmo que você não creia
Em tudo que, por mim, você fez,
Ainda converso com sereias,
Em pleno estado de lucidez...

E quando olho para o mar escuro
E lua a me consolar,
Fecho os olhos e vejo que me curo
De todo o mal que poderia querer ti causar.

Não somos, apenas estamos,
Tudo muda, e eu tenho certeza
Que não existe maior esperteza
Do que aceitar o que não esperamos

De viver apenas o dia de hoje
E não o passado ou o futuro
Que sorrateiro, sempre me foge,
E que me mantém no escuro.

O que eu sinto por você
Talvez um dia possa morrer
Mas o mais importante que pude ver
É que, assim como você,
Eu também nunca vou me esquecer.



Calixto John
24/8/2013




© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
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(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7

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