segunda-feira, 21 de abril de 2014

De Repente, Um Silêncio


Não tinha nada lá.
Andei, andei muito mesmo
Sonhei, mais que uma vez

Você não estava lá.
Chorei, chorei muito, a esmo
Errei, mais uma vez

E de repente,
Depois de um silêncio doente
Olhei novamente pra mim
Caminhando pro fim.

Essa dor toda, velha amiga,
Ao lado de uma paixão recolhida
Acabou virando um abrigo
Melhor do que qualquer amigo

E esse silêncio, silêncio maldito,
No qual eu nunca acredito,
Virou cura salutar 
Pra alguém que nunca soube amar

Acabei de me tocar
De que só com o silêncio calado
Todo o resto dos sons pode se mostrar
E que o silêncio está sempre por trás 
Esperando pra ser lembrado.

Não tinha nada lá
Nem eu, nem você,
Nem mesmo o vazio que você me deixou

Só o silêncio pra me lembrar
De que entre você e eu
Nem mesmo o vazio ficou

E de repente, o silêncio
Que era tudo o que eu tinha de você pra lembrar
Acabou.


Calixto John
21/4/2014
9:53


© Calixto_john, João Calixto Neto, Ed. Ateniense, São Paulo
Todos os direitos reservados de acordo com a legislação vigente
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação(CIP)
(CBL)Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil: Calixto, João Neto CDD 869.915
FBN - Fundação Biblioteca Nacional: ISBN 978-85-330-0019-7

Nenhum comentário: